A politicagem que prejudica a carne brasileira

IstoÉ - Uma operação policial desastrosa, recheada de policiais mais preocupados com os holofotes do que com o cuidado na disseminação de informações, tem como combustível as disputas internas na PF e o loteamento de cargos do Ministério da Agricultura nos estados, entregues aos partidos políticos.

A Operação “Carne Fraca”, anunciada com estardalhaço pela Polícia Federal na sexta-feira 17 e vendida como a “maior da história”, foi a mais estabanada ação policial já desenvolvida nos últimos anos. Sem demonstrar conhecimento técnico sobre o setor agropecuário, o delegado Maurício Moscardi Grillo, criticado até por delegados e peritos da PF, trocou os pés pelas mãos. Lançando mão de arriscadas generalizações, disse que os frigoríficos usavam papelão em embutidos e salsichas, quando o material citado nos áudios das investigações se referiam ao embrulho das carnes. Afirmou ainda que o setor usava substâncias cancerígenas para maquiar carnes estragadas, quando os frigoríficos usam ácido ascórbico (vitamina C) como conservantes. E, para espanto geral, sapecou que o setor utilizava ilegalmente carne de cabeça de porco em linguiças, quando o uso é perfeitamente legal. O resultado não poderia ser mais catastrófico para o País: gerou uma crise internacional para a pecuária brasileira, que emprega 7 milhões de pessoas e exporta anualmente US$ 12,3 bilhões (quase R$ 40 bilhões).
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