Empresários juntos na “sangria dos cofres públicos” com superfaturamento de 1000% nas festas
Preso preventivamente desde segunda-feira, Flávio Veras solicitou a juíza Cristiany Maria de Vasconcelos Batista, a mesma que determinou sua prisão, a transferência dele do Centro de Detenção Provisória (CDP), da Ribeira, em Natal. O ex-prefeito estaria alegando que a unidade prisional não tem estrutura física para abrigar presos.
A magistrada, inclusive, nesta sexta-feira, já teria proferido despacho solicitando informações sobre o local onde Flávio Veras está preso. “Oficia-se a COAPE para que informe, no prazo de 24 horas, sobre as condições do local onde o requerente está custodiado. Com a remessa das informações e a manifestação ministerial, voltem-se os autos conclusos para decisão”, determinou a juíza Cristiany Maria de Vasconcelos Batista.
Ex-prefeito era consultado em todos os pedidos do MP
Os cheques eram evidências do poder que Flávio Veras continuava a ter na Prefeitura de Macau. Contudo, não foram os únicos elementos utilizados pelo Ministério Público utilizados para justificar o pedido de prisão preventiva. A promotora Isabel Menezes, autora do pedido, também apontou diálogos e depoimentos.
“O investigado Flávio Veras exerce grande influência até os dias de hoje nos assuntos do Município, principalmente nos relativos às contratações investigadas, e tem trânsito livre, seja nos prédios, seja junto às pessoas que compõem a administração, sendo imprescindível proibir seu acesso à sede e aos demais locais onde funciona a administração municipal”, exemplificou a magistrada Cristiany Maria de Vasconcelos Batista.
Entre os áudios citados pelos MPRN, está um registrado no dia 31 de janeiro de 2013, entre Kerginaldo Pinto e Flávio Veras. “KERGINALDO liga para FLÁVIO informando que recebeu intimação do MP sobre os festejos do final de ano com algumas solicitações. FLÁVIO diz que está tomando banho para ir ao encontro dele. KERGINALDO diz que o prazo é de 48 horas. FLÁVIO indica que ele coloque a data do dia seguinte no ‘recebido'”, apontou o MPRN, mostrando que o atual prefeito continuava influenciado e sugestionado pelo ex-gestor.
Se utilizando de outro áudio, a juíza citou na decisão que “os diálogos interceptados e juntados pelo Parquet fornecem suficientes indícios de que os procedimentos licitatórios eram montados a posteriori e somente para efeito de responder aos questionamentos do Ministério Público, como se observa da conversa travada entre Flávio Veras e o advogado identificado como Miguel”.
Fonte: Jornal de Hoje