Roberto Germano cobrou propina de R$ 300 mil em Caicó, diz MP

As investigações que levaram seis à cadeia nesta sexta-feira em Caicó revelaram, segundo o Ministério Público do Rio Grande do Norte, que o ex-prefeito de Caicó, Roberto Germano teria cobrado propina de R$ 300 mil. A reportagem ainda não conseguiu contato com ex-prefeito para registrar seu posicionamento. A Operação Blackout investiga contrato de iluminação pública da Prefeitura de Caicó no valor de R$ 1.138.970,00.

Os valores atribuído ao prefeito constam em interceptação telefônica entre investigados das empresas. Em conversas ao fim do ano passado eles manifestam indignação porque o Roberto Germano e seu secretário de Infraestrutura, Jorge Araújo, estavam exigindo que as empresas pagassem a propina antes que a prefeitura quitasse o débito que tinha com eles.

“Em conversa entre FELIPE GONÇALVES e JOÃO PAULO, o cartel chega ao ponto de se indignar com as exigências do ex-Prefeito ROBERTO GERMANO e Secretário JORGE ARAÚJO, que exigiam pagamento antecipado de propina, em valores superiores aos praticados em outros Municípios como Natal, chegando tal pagamento de propina a cerca de trezentos mil reais”, registra trecho da decisão disponibilizada pelo juiz Luiz Cândido de Andrade Villaça.

Aos agentes públicos, os representantes das empresas alegam que não tinham mais de onde tirar dinheiro.

“Diante da negativa da organização de efetivar suposto pagamento de propina de forma antecipada para JORGE ARAÚJO E ROBERTO GERMANO, a equipe segue ameaçando sair de Caicó. A angústia da organização criminosa é pagar a propina e o Município não pagar a sua contrapartida referente a notas em aberto, que estaria nas mãos de JORGE ARAÚJO. Num segundo momento, o próprio ROBERTO GERMANO, de posse das notas fiscais, vai a Controladoria do Município, para efetuar o pagamento à organização, momento em que se estabelece o impasse de quem vai pagar primeiro – a organização criminosa ou o Município”, anota outro trecho da decisão, que cita uma sequência de oito áudios de interceptações telefônicas que descrevem a narrativa.

Contra o ex-prefeito de Caicó, a Justiça decidiu proibir seu “acesso à Secretaria de Infraestrutura, Controladoria e Secretária de Finanças e Tributação do Município de Caicó, bem como a qualquer das empresas ora investigadas; b) proibição de manter contato com qualquer investigado; c) recolhimento domiciliar, pelo mesmo prazo do decreto temporário (mínimo de 05 dias) “.

Jorge Araújo está preso preventivamente.

A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de ambos.

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