A jornalista Eliane Cantanhêde, de direita, escreveu no Estadão que o ex-presidente Lula poderá estar na urna eletrônica de 2022 como candidato. Ela chegou á conclusão depois que o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, no dizer dela, “tirou o pino da granada” dos arquivos hackeados da Lava Jato. “Vem por aí uma explosão política com epicentro no Supremo Tribunal Federal e estilhaços nas eleições presidenciais de 2022“, afirmou a articulista.
Segundo a colunista do Estadão, o ministro Lewandowski escolheu o momento a dedo, “com o Supremo já em chamas”, com potencial de tornar Lula elegível em 2022.
Os arquivos liberados pelo Supremo à defesa do petista têm incríveis 7 TB (terabytes) de memória. Parte desse material já veio à tona na Vaza Jato, série de reportagens do site The Intercept Brasil. Lewandowski, lembra Cantanhêde, “só” liberou mensagens que digam respeito a ele [Lula] até indiretamente, ou seja, o ministro colocou na janela as bundas do ex-juiz Sergio Moro e do ex-coordenador da força-tarefa em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol.
“O impacto mais previsível tende a ser no julgamento sobre os pedidos de suspeição de Moro nos casos de Lula, que estão na Segunda Turma do STF e embutem a tentativa de anular suas condenações pelo triplex do Guarujá, pelo qual já ficou 580 dias preso, e pelo sítio de Atibaia. Se o STF declara a suspeição de Moro, tudo volta à primeira instância, à estaca zero. E Lula se torna elegível em 2022″, analisa a jornalista.
Ainda de acordo com Cantanhêde, a sinalização é pró-Lula, anti-Moro.
“Em agosto deste ano, a Segunda Turma decidiu pela ‘parcialidade’ do então juiz e anulou a sentença do doleiro Paulo Roberto Krug no caso Banestado, sob alegação do próprio Lewandowski e do ministro Gilmar Mendes de que Moro teria atuado não como juiz, mas como ‘auxiliar’ do Ministério Público até na produção de provas. Essa alegação é a mesma nos casos de Lula”, recordou ela.
Se a direita acredita que Lula vem aí em 2022, imagina a turma do PT… Os petistas se uniram na hashtag #LulaPresidente2022, sob a liderança de Gleisi Hoffmann –presidenta nacional da legenda.
Para a jornalista do Estadão, a prisão de Lula é como se estivesse engasgada na garganta de Lewandowski, sentimento, segundo ela, compartilhado pelo ministro Gilmar Mendes.
Eliane Cantanhêde destaca que nas redes sociais grassa uma comparação: ‘o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) comprou e vendeu uns 20 imóveis, muitas vezes com dinheiro vivo, mas Lula foi preso por um apartamento que nunca comprou, vendeu ou usou.’
A jornalista, que vê as notícias pelo ângulo da direita, disse ainda que a decisão de Lewandowski “é lenha, álcool e palha na fogueira do Supremo em 2021, que vai chegando ao fim com uma rebelião dos ministros Gilmar, Lewandowski, Marco Aurélio e Alexandre de Moraes contra o presidente Luiz Fux, com Dias Toffoli no banco de reservas. Eles simplesmente decidiram cancelar o próprio recesso e ficar de prontidão. Para quê? Para impedir decisões monocráticas de Fux em processos em que sejam relatores.”
Fonte: Blog do Esmael