Mesmo quem contraiu a Covid-19 e se recuperou pode ser reinfectado pela doença; OMS defende suspensão apenas após fim da transmissão comunitária da doença
Guilherme Venaglia, da CNN, em São Paulo
Presidente Jair Bolsonaro durante anúncio do programa "Adote um Parque" - (Brasília - DF, 12/05/2021)Foto: Alan Santos/PR
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (10) que discutiu com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção individual para quem já foi vacinado contra a Covid-19 e também para quem já a contraiu.
"Queiroga vai ultimar parecer visando desobrigar uso de máscara de quem estiver vacinado ou já tenha sido contaminado", disse o presidente, durante evento do setor do turismo. Na avaliação de Bolsonaro, o uso de máscara deve ser obrigatório apenas para quem esteja infectado com a Covid-19.
Apesar de pessoas que tiveram a Covid-19 desenvolverem anticorpos para a doença, esta proteção não é considerada definitiva, diante do risco de reinfecção e das variantes do novo coronavírus. A orientação dos órgãos de saúde é que mesmo pessoas que já tenham tido a Covid-19 precisam se vacinar contra a doença.
Após os primeiros países optarem por autorizar a dispensa do uso de máscaras por pessoas vacinadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu cautela aos governos. Segundo a OMS, a dispensa desses cuidados pode acontecer quando não há mais transmissão comunitária da doença e não depende apenas da vacinação contra a Covid-19.
“A pandemia não terminou, há muita incerteza com as novas variantes e precisamos manter os cuidados básicos para salvar vidas", afirmou Maria van Kerkhove, líder técnica para a Covid-19 da OMS.