Polícia Civil prende comerciante suspeito de amarrar e agredir homem no interior do RN

Após agressões registradas no último sábado (11) e que viralizaram nas redes sociais, comerciante é preso em Portalegre.
G1RN - O comerciante investigado por ter amarrado e agredido um homem quilombola no dia 11 de setembro em Portalegre, na região Oeste potiguar, foi preso no final da tarde desta sexta-feira (17). O delegado que acompanha o caso, Cristiano Gouveia, confirmou a prisão.

O caso chamou atenção nas redes sociais no início desta semana, com a divulgação de imagens que mostram o quilombola amarrado pelas mãos e pés, chorando e sendo agredido com chutes por outro homem, que segura a corda.

Os policiais civis da 4ª Delegacia Regional de Polícia (DRP) de Pau dos Ferros e da Delegacia Municipal (DM) de Portalegre cumpriram o mandado de prisão preventiva expedido pela Vara Única da Comarca de Portalegre, decorrente da suspeita da prática do crime de tortura. A Polícia Civil informou ainda que as diligências continuam em busca do coautor do crime, que se encontra foragido da Justiça do Rio Grande do Norte.

De acordo com as investigações, a vítima "foi submetida à violência e grave ameaça, a intenso sofrimento físico e mental, como uma forma de aplicar-lhe castigo pessoal ou medida de caráter preventivo".

O comerciante já respondia à Justiça do Rio Grande do Norte por injúria racial, em caso que teria acontecido em junho de 2020. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público em 2021 e acolhida pelo juiz Edilson Chaves de Freitas, da Vara Única de Portalegre, no último mês de junho.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o empresário teria injuriado outro homem, usando palavras ofensivas relacionadas à cor da pele da vítima. "Nego safado" e "suma do meu comércio que nem de nego eu gosto" teriam sido algumas das ofensas proferidas e presenciadas por testemunhas.

As palavras teriam sido ditas durante uma discussão sobre a placa de um carro. Não houve novo andamento do processo na Justiça desde o recebimento da ação.

Investigação

Sobre o fato registrado no último sábado (11), o Ministério Público do Rio Grande do Norte havia remetido o material recebido à Polícia Civil e determinado a abertura de inquérito policial. "Os fatos estão sendo investigados, já estando o delegado presidente do inquérito colhendo depoimentos e imagens. Logo após o término da investigação, esse inquérito será remetido para ao MPRN, que é titular da ação penal, para tomar as medidas necessárias", disse.
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