Ezequiel não será candidato. PT retoma conversa com MDB

Tribuna do Norte - O deputado estadual Ezequiel Ferreira (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa, não será candidato ao Governo do Estado, em oposição à Fátima Bezerra (PT), confirmou fonte próxima ao parlamentar à TRIBUNA DO NORTE. O anúncio deve sair nos próximos dias. Há algumas semanas, o deputado chegou a admitir uma possível candidatura, mas oficialmente não se pronunciou. Por outro lado, a formação de uma chapa majoritária com a participação do MDB continua sendo negociada com o Partido dos Trabalhadores (PT), a partir da consolidação do nome do deputado federal Walter Alves como companheiro de chapa na campanha de reeleição da governadora Fátima Bezerra.

O chefe do Gabinete Civil do Governo, Raimundo Alves Júnior, acompanha o diálogo com o presidente estadual do MDB, Walter Alves, e confirmou que “não existe essa definição ainda”. Raimundo Alves diz que as conversas seguem, “mas sem prazo para conclusão”, vez que o calendário eleitoral “não nos impõe essa pressa agora”.

Partido do vice-governador Antenor Roberto de Medeiros, o PC do B também aguarda chamado da governadora Fátima Bezerra para uma conversa sobre a continuidade da aliança, que inclua o vice na chapa majoritária.

O presidente estadual do PC do B, Divanilton Pereira da Silva, afirmou que o partido defende a manutenção do núcleo político de apoio à governadora, que “recuperou financeiramente e fiscalmente” o Estado, mas adiantou que o alargamento do apoio político à governadora precisa “estar alicerçado de um programa mínimo” dentro de uma perspectiva de futuro para o Estado.
O deputado Walter Alves não vem se pronunciando sobre a questão, oficialmente, mas pessoas ligadas ao parlamentar, confirmaram que as conversas entre ele e a governadora vêm se intensificando nos últimos dias.

Os resultados de pesquisas de intenções de votos que colocam a governadora Fátima Bezerra na liderança em todas elas, também mostram que o senador Styvenson Valentim (Podemos) é o segundo na preferência dos eleitores, à frente de Ezequiel Ferreira.

Em 20 de março, o presidente da AL chegou a postar uma foto com Walter Alves em seu perfil oficial do Instagram, anunciando que MDB e PSDB formalizavam uma aliança importante para as eleições de 2022, no Rio Grande do Norte sem fazer menção a uma possível chapa majoritária.

Durante o fim de semana, dirigentes de partidos conversaram sobre a possibilidade de alianças, depois de aguardarem, sem sucesso, o anúncio do deputado Ezequiel Ferreira de que toparia sair candidato ao governo. Dentre os nomes cogitados a liderar uma chapa majoritária surgiram: o ex-senador José Agripino, o ex-vice-governador Fábio Dantas e até o presidente da Câmara Municipal de Natal, Paulo Freire (União Brasil).

O presidente estadual do Solidariedade, deputado Kelps Lima, admitiu que existem conversas informais entre partidos oposicionistas, mas disse que o partido, internamente, conversa diariamente com Fábio Dantas e com o ex-prefeito de Olho d´Água dos Borges, Brenno Queiroga, que já foi lançado como pré-candidato a governador pelo SD: “Nosso projeto político não depende de outro, não está agregado ao deles”.

Mesmo assim, Kelps Lima, que é pré-candidato a deputado federal, afirma que o SD pode apoiar outro candidato a governador, mas desde que se disponham também a apoiar o candidato do Solidariedade. Na opinião de Lima, a discussão sobre a sucessão estadual ganhou uma “velocidade maior”, depois que a maioria dos partidos definiram, praticamente, suas chapas proporcionais, o que não foi o caso do SD, que já tinha suas chapas de deputado federal e estadual, já definidas há mais tempo, antes mesmo do fim da janela partidária para a troca de partidos por eventuais candidatos. “Os partidos só a partir dessa semana poderão se concentrar na chapa majoritária”, finalizou Lima.

No PSDB, chapas devem ser oficializadas até 29/07
A maioria dos partidos políticos ainda não divulgou em sites oficiais na internet, as diretrizes para a oficialização das chapas majoritárias, mas a Executiva Nacional do PSDB já emitiu resolução, determinando que as Executivas Estaduais do partido deverão encaminhar até 29 de julho, obrigatoriamente, análise da conjuntura política e situação das potenciais alianças com outros partidos e candidatos às eleições majoritária e proporcional, é o que determina a resolução partidária de nº 25, datada de domingo (03).

Esse prazo decorre do fato de que a resolução determina que o encaminhamento do relatório analítico sobre a posição política do PSDB nos Estados deve ocorrer até às 20 horas do sétimo dia anterior à convenção estadual, caso a Executiva Estadual estabeleça a homologação dos nomes de candidatos a governador, senador e deputados, federal e estadual para 05 de agosto, último dia do prazo previsto na legislação eleitoral.

A resolução 25 atende o disposto na Lei das Eleições (artigo 7º, 9.504/97), que determina aos partidos a fixação de diretrizes e normas complementares para a escolha de candidatos às eleições majoritárias e proporcionais, bem como à celebração de coligações nos estados.
De acordo com o calendário eleitoral, hoje é o último dia para o partido político ou federação partidária publicar, no Diário Oficial da União, as normas para a escolha e substituição de candidatas e candidatos e para a formação de coligações, na hipótese de omissão do estatuto antes da realização das convenções, que se iniciam em 20 de julho, para fins de divulgação no sítio eletrônico da Justiça Eleitoral.

“O lançamento de candidaturas e a celebração de coligações para as eleições majoritárias e proporcionais nos estados deve garantir a difusão da doutrina e princípios partidários, refletir a imagem da sua unidade nacional e resguardar o interesse partidário tendo em vista a sua candidatura a Presidente da República”, diz a resolução assinada pelo presidente e secretário geral da Executiva Nacional do PSDB, Bruno Araújo e Humberto Pereira.

Segundo a resolução, a omposição de chapas às eleições majoritárias e proporcionais nos estados, seja com candidaturas exclusivas de filiados, ou em celebração de coligações nas eleições majoritárias, ficam submetidas a aprovação da Comissão Executiva Nacional, que poderá realizar intervenção no diretório estadual em caso de descumprimento, inclusive com anulação da convenção que deliberou as escolhas dos candidatos e coligações.
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