Ação policial começou nas primeiras horas desta sexta-feira (22), em Águas Claras, em Salvador. Suspeitos também têm envolvimento com tráfico de drogas.
Por Itana Alencar, Eric Luis Carvalho, g1 BA e TV BahiaA operação policial realizada contra uma organização criminosa que resultou em seis suspeitos mortos e 15 presos, na manhã desta sexta-feira (22), no bairro de Águas Claras, em Salvador, era planejada há um ano. Segundo a Polícia Civil, a atuação da organização criminosa responsável por 30 homicídios e tráfico de drogas é monitorada há cerca de seis anos.
"Existem investigações que já apontavam, desde 2017, e 2018, que diversos membros desse grupo eram envolvidos em crimes de homicídio. Então, já era um grupo monitorado e, diante do crescimento do número de homicídios no bairro de Águas Claras, a gente sentiu a necessidade de planejar uma operação contra esse grupo", disse a delega Fernanda Asfora, da Delegacia de Homicídios.
As informações foram divulgadas em entrevista coletiva concedida por representantes das policiais Federal, Militar e Civil, que coordenou a ação da operação "Saigon" . A PFR também integrou a mega-operação.
Ainda de acordo com as forças de segurança, a operação não tem relação com a ação realizada na semana passada na região vizinha, no bairro de Valéria, quando um policial federal e quatro suspeitos morreram em confronto.
"Essa operação não tem relação com a Operação Fauda, da semana passada, porque é uma operação que vem sendo planejada há um ano. É lógico que essa operação também ocorre dentro de um contexto de conflito entre facções criminosas", disse Fernanda Asfora.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a ação desta sexta busca cumprir 43 mandados de prisão e de busca e apreensão contra um grupo suspeito de traficar drogas e matar mais de 30 pessoas, na região de Águas Claras, em Salvador.
Os mandados também são cumpridos pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no município de Feira de Santana e no sistema prisional.
Operação acontece nesta sexta-feira (22), em Águas Claras, em Salvador — Foto: Haeckel Dias/Polícia CivilDas seis mortes, cinco aconteceram na região de Águas Claras e uma em Feira de Santana.
Entre os homens mortos estão, Eduardo dos Santos Cerqueira, mais conhecido como "Firmino", que de acordo com a Polícia Civil, é um dos chefes do tráfico de drogas no bairro. Ele é apontado por ser o mandante de diversos homicídios ocorridos na localidade.
Outro investigado que foi morto é Gilmar Santos de Lima, mais conhecido como "Capenga", que acumula uma extensa ficha criminal, com entradas por tráfico de drogas e homicídio. De acordo com a polícia, o homem era o gerente do tráfico na localidade de "Casinhas", em Águas Claras.
Durante a Operação Saigon, a mãe e a esposa de "Capenga" foram presas. A primeira estava com drogas e R$ 8 mil. Já a segunda estava com uma arma.
"Esse grupo é responsável por mais de 30 homicídios. É uma operação resultante do trabalho investigativo de mais de um ano conduzidas por equipes do DHPP, que reuniram informações de campo e utilizaram análises de dados de Inteligência e técnicas investigativas modernas, reunindo elementos de prova contra a atuação dos criminosos e permitindo a representação por medidas cautelares de prisão e busca e apreensão contra integrantes da organização", explicou a diretora do DHPP, delegada Andréa Ribeiro.
Grupo é suspeito de envolvimento em mais de 30 homicídios — Foto: Haeckel Dias/Polícia Civil