CPC proíbe PM de fotografar ou filmar Bolsonaro no RN

A vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Rio Grande do Norte, onde cumpre agenda até este sábado (2), fez o Comando de Policiamento da Capital (CPC), órgão de direção da Polícia Militar, proibir que policiais em serviço filmem ou fotografem durante a operação de segurança dos eventos que o político está participando. Caso desobedeçam, esses policiais poderão receber punição disciplinar. O CPC diz que se trata de uma prática comum nesse tipo de trabalho, mas a medida provocou indignação e críticas de deputados que apoiam o ex-presidente.

No Plano de Operação do Comando da Polícia está destacado em caixa alta que “está terminantemente proibida a utilização de aparelhos eletrônicos (celulares e câmeras) por parte dos policiais de serviço no evento, com a finalidade de filmar ou fotografar a si ou a outrem durante todo o evento, passivo de punição Disciplinar”. O Plano é assinado pelo Tenente Coronel Ismael Souto Gadelha, Chefe de Operações do CPC.

O assunto repercutiu na Assembleia Legislativa. O deputado Coronel Azevedo (PL), autor da proposição de uma solenidade que homenageou nesta quinta-feira (30) o ex-presidente e os motociclistas na Assembleia Legislativa do estado, considerou absurda a proibição. “Um servidor público em via pública estão sendo proibidos de tirar sua própria fotografia, especialmente na ordem de operações da visita do presidente Bolsonaro”, disse em seu discurso durante a cerimônia.

Mais cedo, durante a sessão ordinária na Casa, ele já havia se manifestado sobre o assunto lendo o documento. Outros parlamentares também tinham externado indignação, como o deputado Luiz Eduardo (SD), que repudiou o que chamou de “ato ditatorial e de tirania” referindo-se á proibição das imagens dos eventos por policiais.

“Esse tipo de absurdo cometido pelo comandante geral da polícia militar e não quero crer que tenha sido induzido por Fátima Bezerra (governadora). Quero estender minha solidariedade a todos os policiais militares contra esse ato de tirania cometido pelo comandante da polícia militar”, declarou. O parlamentar convidou, ainda, os deputados a um ato de protesto, com 30 segundos de silêncio contra a decisão do comando da polícia.

REPERCUSSÃO
As críticas também vieram do deputado José Dias (PSDB). “Não haveria necessidade de documento oficial da secretaria de segurança de se estabelecer uma proibição e um castigo para qualquer policial que tire uma fotografia própria ou de outro com o ex-presidente da República. É coisa parecida com Cuba”, disse ele.

O Plano de Operação foi elaborado com ações que envolvem a Polícia Militar (2ª Seção, CPC, CPM, CPRE e 5ª Seção) Corpo de Bombeiros Militar, SAMU, SEMOB, SEMSUR e Polícia Civil para regular as atividades operacionais a serem desenvolvidas pelo Comando de Policiamento da Capital, através de suas Unidades e Subunidades subordinadas, além do apoio de setores e instituições amigas. O objetivo é preservar a ordem pública nos locais de eventos e de possíveis manifestações, bem como em outros que a massa se deslocar, zelando pela preservação dos direitos de ir e vir, e de se manifestar pacificamente, cumprindo a missão preventiva da Polícia Militar.

Com a repercussão, o Comando de Policiamento da Capital – CPC, responsável pelo policiamento na capital do estado, emitiu uma nota na qual diz que a restrição de uso de dispositivos eletrônicos durante os eventos é uma prática comum em ações ou operações policiais e que isso contribui para a prevenção de potenciais incidentes e garante a segurança de todos os envolvidos.

“Reforçamos que tal medida faz parte de um protocolo padrão aplicado em operações de segurança que envolvem a presença de personalidades. Ressaltamos, ainda, que esse tipo de restrição tem como objetivo primordial reforçar a atenção dos Policiais Militares durante as ações, evitando possíveis distrações que poderiam comprometer o desempenho durante a operação”, diz a nota.

Segundo o Comando, a natureza delicada desses eventos exige uma atenção redobrada por parte dos PMs envolvidos no esquema de segurança para assegurar a integridade e o bom andamento das atividades.
Tribuna do Norte
Postagem Anterior Próxima Postagem

Formulário de contato