Rússia ordena que tropas retomem ofensiva “em todas as direções”

Prédio em Kiev teria sido atingido por um míssil no sábado (26), de acordo com prefeito da cidade / Divulgação/Facebook prefeito de Kiev
CNN - O Ministério da Defesa da Rússia afirmou, neste sábado (26), que suas tropas receberam ordens para retomar a ofensiva “em todas as direções”. Segundo o órgão, a medida foi decidida porque a Ucrânia “abandonou o processo de negociação” por um cessar-fogo. O governo ucraniano nega que tenha feito a recusa.

“[Na sexta-feira], depois que o regime de Kiev declarou sua prontidão para negociações, as hostilidades ativas nas principais direções da operação foram suspensas”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, major-general Igor Konashenkov, em um comunicado neste sábado (26).

“Depois que o lado ucraniano abandonou o processo de negociação, hoje todas as unidades receberam ordens para continuar sua ofensiva em todas as direções, de acordo com o plano de operação”.

Um representante da presidência ucraniana, no entanto, negou, na madrugada deste sábado, que o país tenha se recusado a negociar.

As declarações do ministro da Defesa, também ecoadas pelo Kremlin, ocorreram depois que autoridades ocidentais disseram que a invasão russa não estava progredindo tão rápido quanto Moscou esperava.

Mais cedo, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, disse que as forças do país “resistiram e repeliram com sucesso os ataques inimigos”. “Os combates continuam em diferentes cidades e regiões do nosso país”, disse.

“Nós arruinamos os planos deles (russos). Eles não têm vantagem sobre nós”, afirmou o presidente sobre a tentativa das tropas da Rússia em controlar Kiev, capital da Ucrânia. Explosões e tiros foram ouvidos durante a madrugada, enquanto as tropas russas avançavam sobre a cidade.
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A Alemanha, Portugal, Holanda e República Tcheca anunciaram na sexta-feira (25) e neste sábado o envio de mais suprimentos para ajudar a Ucrânia em meio ao combate contra a Rússia, iniciado na madrugada de quinta-feira (24), assim como o envio de tropas.

A República Tcheca se comprometeu a realizar um “envio de armas para a Ucrânia” no valor de mais de US$ 8,5 milhões para um “local de escolha dos ucranianos”.

Já a Holanda disse que forneceria mais poder de fogo à Ucrânia. “A Holanda fornecerá à Ucrânia 200 mísseis antiaéreos Stinger. Outros materiais de defesa já estão a caminho”, tuitou o conselheiro de defesa e relações exteriores do primeiro-ministro, Geoffrey van Leeuwen.

O governo holandês também fornecerá 50 armas antitanque Panzerfaust-3 e 400 foguetes, disse o ministério em uma carta ao parlamento.

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, disse na sexta-feira que o país vai enviar reforços para se juntar aos soldados ucranianos no terreno para ajudar a proteger as suas fronteiras.

A Alemanha também entregará armas à Ucrânia, em uma grande mudança de política depois de resistir aos pedidos anteriores de Kiev por armamento defensivo.

“O ataque russo marca uma mudança nos tempos. É nosso dever apoiar a Ucrânia tanto quanto pudermos nos defender contra o exército de invasão de Putin. Portanto, entregaremos 1.000 armas antitanque e 500 mísseis Stinger para nossos amigos na Ucrânia”, disse o chanceler alemão Olaf Scholz.
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De acordo o prefeito da capital Kiev, Vitaliy Klitschko, um prédio residencial de mais de 20 andares foi atingido por um míssil. Não há informações de vítimas. O prefeito anunciou que Kiev adotará um toque de recolher das 17h deste sábado (26) (12h de Brasília) até as 8h de segunda-feira (28).

Equipes da CNN norte-americana na capital ucraniana relatam fortes explosões a oeste e sul de Kiev na manhã deste sábado.

De acordo com o governo ucraniano, um tanque e aeronaves do exército russo foram destruídas no combate desta madrugada. O Estado-maior das forças armadas informou que havia também ataques em outras cidades.
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