TSE abre investigação e dá prazo para Carlos Bolsonaro se manifestar sobre fake news

Ministro Benedito Gonçalves determinou que plataformas identifiquem os donos de 28 perfis. Pedido da campanha de Lula aponta 'ecossistema de desinformação' para espalhar notícias falsas.
Por Márcio Falcão e Fernanda Vivas, TV Globo — Brasília
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Benedito Gonçalves determinou nesta terça-feira (18) a abertura de investigação sobre um suposto esquema de desinformação nas redes sociais com o envolvimento do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e de perfis de apoiadores da família Bolsonaro.

Na decisão, Gonçalves dá prazo de três dias para que Carlos, filho do presidente Jair Bolsonaro, preste informações sobre o uso de suas redes sociais com objetivo político-eleitoral.

A lista de pessoas a serem investigadas inclui o próprio presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição. Os citados terão cinco dias para apresentar defesa.

O ministro determinou ainda que as redes sociais identifiquem quem são os donos de 28 perfis suspeitos de propagarem desinformação sobre o processo eleitoral.

O TSE foi acionado pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que alegou haver um ecossistema de desinformação, ou seja, uma forma coordenada e orquestrada de disseminação de informações falsas.

Segundo os partidos, a prática pode configurar abuso de poder político, poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação.

Gonçalves, que é corregedor da Justiça Eleitoral, afirmou que o esquema de divulgação de fake identificado na campanha de 2018 ganhou mais complexidade e uma forma elaborada de financiamento.

Na decisão, o ministro afirma que o material apresentado pela campanha de Lula ao TSE “confere densidade a fatos públicos e notórios relativos à atuação nas redes de Carlos Bolsonaro e diversos apoiadores do atual presidente, fornece indícios de uma atuação concertada para a difusão massificada e veloz de desinformação, que tem como principal alvo o candidato Luiz Inácio Lula da Silva”.

"Determino, ademais, a intimação do terceiro investigado, Carlos Nantes Bolsonaro, pelo meio mais célere, para que, no prazo de 3 (três) dias, manifeste-se sobre a utilização político-eleitoral de seus perfis nas redes sociais, bem como sobre o requerimento para que sejam removidos em razão do alegado ecossistema de desinformação em favor do primeiro investigado, sem prejuízo da apresentação de defesa após regular citação", escreveu.

O ministro determinou ainda que as plataformas suspendam o repasse de recursos pelo acesso para quatro canais bolsonaristas até o dia 31 de outubro, quando terá terminado a eleição. Fica proibido ainda a exibição do documentário “Quem mandou matar Jair Bolsonaro?”, da produtora Brasil Paralelo.
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