Na tarde desta quinta-feira (23), o presidente da Frente Parlamentar do Turismo, deputado Luiz Eduardo (SDD), se reuniu com representantes de entidades locais e nacionais da área, a fim de discutir soluções para os problemas gerados no setor, desde o início da onda de ataques criminosos no Rio Grandedo Norte.
“A reunião foi bastante produtiva, e nós saímos daqui com várias sugestões. Eu serei o interlocutor entre o trade turístico e o Governo do Estado, a Secretaria de Turismo e a Emprotur. Precisaremos fazer um novo planejamento de marketing, para que possamos reconstruir a imagem do RN”, destacou o parlamentar, acrescentando que não existe Turismo sem segurança.
Segundo o deputado, o setor turístico tem a maior cadeia produtiva do Rio Grande do Norte, e é necessário protegê-lo.
“A ideia é reforçarmos o corredor turístico, transmitindo segurança e confiabilidade para os nossos visitantes, que passam o ano inteiro juntando dinheiro para realizar o seu sonho, aqui, nas férias”, detalhou.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hoteis (ABIH), Abdon Gosson, “este momento que estamos vivendo nos marca muito negativamente, não só nas vendas atuais, mas nas vendas futuras do nosso destino”.
Ainda de acordo com Abdon Gosson, o objetivo do encontro foi discutir soluções para mudar a imagem negativa em que se encontra o RN, após o aumento exponencial da violência no Estado, nas últimas semanas.
“O Turismo é a indústria mais importante do Rio Grande do Norte, a maior geradora de emprego; mas não combina com violência. Então, precisamos resolver essa questão imediatamente, para que o setor retome o crescimento que vinha registrando”, acrescentou.
O presidente da ABIH disse ainda que, só na hotelaria, já houve uma perda de 45% a 50%, em termos de cancelamentos. E, para as reservas futuras, já se percebe uma parada significativa.
Segundo George Costa, representante da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio RN), “este momento é muito grave para a atividade turística, pois ela se baseia principalmente na confiabilidade, e a segurança é um fator primordial para gerar confiança”.
“Por isso, nós temos algumas sugestões específicas para tentar reverter o quadro. Primeiramente, o corredor turístico precisa ter um tratamento diferenciado e ser mais protegido. Segundo, é necessário investir em publicidade. Depois dessa imagem negativa das últimas semanas, nós precisaremos fazer um retrabalho em termos de comunicação e confiança, para que o Rio Grande do Norte volte a ser um destino desejado por todos”, disse.
O deputado Luiz Eduardo ressaltou também que irá a Brasília, no próximo domingo (25), tentar sensibilizar o Ministério do Turismo para que envie recursos financeiros à Secretaria de Turismo do Estado e à Emprotur.
“Esses órgãos precisam de um orçamento suplementar, a fim de que possam realizar uma nova divulgação e promoção dos nossos destinos turísticos. Isso ajudará a alavancar esse setor tão essencial para o nosso Rio Grande do Norte”, disse o parlamentar, explicando que irá visitar todos os deputados federais e senadores, mostrando os prejuízos causados e tudo que precisa ser feito para tirar o RN dessa situação.
Para o deputado, o mais preocupante é a quantidade de demissões que essa recessão pode gerar.
“Para se ter uma ideia, já chegamos a 45% de perda de clientes, podendo atingir 70%. Se isso acontecer, certamente será preciso cortar despesas, e os primeiros prejudicados serão os trabalhadores”, lamentou.
Finalizando, Luiz Eduardo frisou que é necessário fazer a reconstrução do setor turístico em conjunto. “Empresários, Parlamento Estadual e Federal, Governo do Estado e Federal. Todos devem se unir para que a recuperação do Turismo aconteça. É claro que precisamos de recursos para a Segurança Pública, mas não devemos nos esquecer da cadeia produtiva, porque é ela que gera emprego e dignidade para a população”, concluiu.
Participaram da reunião os representantes da ABIH, da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), da Fecomércio, da Federação das Indústrias do RN (Fiern), da ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagem) e da SINGTUR (Sindicato dos Guias de Turismo).