Deputado federal foi detido na terça por ordem do ministro Alexandre de Moraes, referendada pelo plenário do STF. Prisão ocorreu depois de parlamentar ter defendido o AI-5 e a destituição de ministros do tribunal, o que é inconstitucional.
Por Marco Antônio Martins, G1 Rio
A Polícia Federal apreendeu dois aparelhos celulares na sala da superintendência da corporação no Rio de Janeiro onde ficou preso o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), antes de ser levado ao Batalhão Especial Prisional da PM.
O G1 apurou que os telefones foram encontrados enquanto ele ainda estava lá, durante uma vistoria, por volta de 12h30 desta quinta-feira (18), em uma bolsa com roupas pessoais do deputado.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes (STF), que na quarta-feira (17) determinou a prisão em flagrante após o deputado gravar um vídeo com apologia ao AI-5 e defender destituição de ministros da Corte, ordenou que seja feita uma "imediata perícia dos aparelhos apreendidos".
Moraes também determinou que dados e laudos sejam encaminhados ao inquérito 4.781, que investiga "fakenews" e ameaças contra o STF. Assim, será possível saber se o deputado falou com alguém e se trocou mensagens.
A defesa de Daniel Silveira disse que não sabe de quem são os celulares e como foram parar lá.
"Não sei. Vocês têm que esperar o fim da apuração da PF para poder saber quem foram os responsáveis, como foi feito, aí eu não sei", disse o advogado André Rios.
Após a descoberta, a Corregedoria da PF abriu uma sindicância para apurar a ocorrência. Pessoas que visitaram o deputado devem ser interrogadas.
Daniel Silveira foi transferido, por volta das 18h30, da Superintendência da PF no Rio, na Praça Mauá, para o Batalhão Prisional da Polícia Militar, em Niterói, também na Região Metropolitana do Rio.